Igreja Local e Missão Integral: um olhar neocalvinista e um pouco subversivo
Há poucos anos atrás eu participei de um debate em minha igreja a respeito de sua verdadeira função. Era um debate político, mas acabou se tornando teológico. A questão era se a igreja deveria ou não manter uma fundação assistencial que estava trazendo prejuízos (não só financeiros). Então alguém disse, “Olha aí, isso desviou a igreja de sua missão, que é evangelizar”, e o argumento “pegou”; eu mesmo, na época jovem seminarista temeroso do liberalismo e da teologia da libertação, apoiei o desligamento da fundação.
Bem, ainda sou jovem (ou era, quando escrevi este artigo; ou talvez ainda seja...), não tenho mais medo do liberalismo (embora seja um evangelicista), e continuo pensando que foi correto o desligamento da fundação, mas os fatos teológicos e sociais me forçaram a admitir que minha concepção da igreja e de sua missão estava completamente errada. Sob o efeito entorpecente de uma forte mistura de escatologia alienante, antropologia gnóstica, missiologia umbigal e doutrinação ideológica, eu embarquei na viagem fundamentalista da irresponsabilidade – em nome da fidelidade à missão da igreja!
A "Viagem" da Irresponsabilidade
Apesar de tantos anos passados desde Lausanne e do CBE1, e da recente realização do CBE2, a consciência social do evangélico brasileiro médio é extremamente fraca, ou ausente. É óbvio, seria por demais simplista lançar a culpa deste estado de coisas sobre os ombros dos pastores; os crentes alienados são também produtos de uma sociedade alienada e alienante. Mas essa sociedade vem se mobilizando e, ao invés de esperar pelo paternal auxílio do estado, ou da filantropia empresarial, vem assumindo a responsabilidade por seu futuro. Organizações da sociedade civil se multiplicam realizando autonomamente as mudanças necessárias – ou pressionando por elas. Outro dia fiquei sabendo de uma criança de 10 anos que montou uma ong com outras crianças para promover a consciência ecológica. Pode?
E nós? Nós também! Nós nos mobilizamos com ardor, elegendo deputados que impedem leis desfavoráveis aos evangélicos, reivindicando direitos (e terrenos, concessões de rádio, etc), comprando ambulâncias baratinhas, e realizando inúmeros atos de misericórdia para com essa sociedade carente de saúde, tudo para cumprir melhor a nossa “missão”. E com a competência de CEO's do reino dos CÉUS (ou será do inferno dos CEOS?) absorvemos a energia, o dinheiro e o tempo dos crentes em nossos maravilhosos projetos eclesiásticos, juntando o máximo possível de gente na igreja. Afinal, o fim está próximo, e a música é boa...
A liderança evangélica se torna cúmplice da alienação na medida em que a mantém, conservando uma perspectiva teológica ultrapassada a respeito da missão da igreja. Missão não é só evangelismo; é também ação social. Na verdade, é ação social e muito mais; é a reforma do pensamento teórico, da ação política; é a redenção da arte e da literatura, da mídia, da família, e da tecnologia. O desenvolvimento de uma cultura cristã e a formação de cidadãos integrados, e integralmente cristãos – gente com consciência, com mente e mãos cristãs – é a nossa responsabilidade diante de Deus e do mundo.
Responsabilidade: eu gostaria de falar um pouco sobre isso. Ou, talvez, não. É muito desagradável descobrir-se responsável por força dos acontecimentos. Porque, em geral, isso significa que ocultamos de nós mesmos as nossas obrigações; mas elas nos perseguiram e agarraram-se em nossas calças, a ponto de não conseguirmos mais correr.
Acho que foi assim, comigo. A providência pôs-me diante dos fatos que minha teologia miudinha não conseguia dimensionar, e no fogo dos conflitos internos e eclesiásticos eu fui sendo reformado...
É claro que não basta falar em “responsabilidade” no sentido genérico; qual responsabilidade, ou que tipo de responsabilidade – essa é a questão. A qualidade de ação que pode renovar a missão da igreja, hoje, e conduzi-la de volta à essa palavra desagradável teria quatro características, segundo a minha percepção.
Integralidade
Em primeiro lugar, a nossa responsabilidade é Integral. Vem à mente o lema da FTL: “o evangelho todo, para o homem todo”. É aquilo a que nos referimos há pouco. Missão não é somente evangelização, mas a transformação de todos os níveis da vida humana, a partir do evangelho. Isso significa que o homem todo precisa de redenção, e que a missão precisa assumir esta abrangência. E a igreja local precisa compreender esta abrangência, olhando para seus membros e para os inconversos como seres completos, totais, e não como "almas" desencarnadas.
Alcance Planetário
Um outro termo, este, da moda: a nossa ação deve ter dimensão planetária. De novo, quero recorrer ao mote da missão integral: “o evangelho todo, para o homem todo, pelo mundo todo”. O cristão precisa pensar sempre no mundo todo. “Ide por todo mundo”, disse Jesus. Mas, além da vocação divina, outros fatos agora nos impelem com adicional força e urgência.
A consciência recente do homem quanto ao processo de destruição do planeta é o primeiro que eu apontaria. É claro que o dever para com o próximo sempre foi conhecido do cristianismo, mas o homem tem hoje uma consciência planetária, se entendendo como parte vital de um sistema biológico e sociológico global. Nós cristãos precisamos pensar nisso, tanto quanto nos preocupamos com o leite das crianças. Quanto a isso, no entanto, tenho ouvido as coisas mais absurdas. Do tipo: “Deus não permitirá que o mundo seja destruído antes de seus planos se cumprirem”. Ótimo. Então podemos emporcalhar bastante o mundo, pois Deus está no controle. É verdade, a Bíblia ensina que Deus é soberano. E também ensina: “não tentarás ao Senhor teu Deus”.
Sinceramente, não temos mais tempo para perguntar “se a nova era está metida nisso”. A criação é de Deus, a humanidade é de Deus, e a redenção se refere ao planeta. E se a “nova era” interrompe a caminhada para estender a mão àquele que está caído na beira da estrada, qual será o julgamento sobre nós, levitas e sacerdotes puríssimos e salvos pela graça?
E, o que dizer do desafio do islã (tomo-o como exemplo paradigmático)? Sim, nós sabemos, o islã tornou-se uma fé intolerante que ameaça o futuro do mundo ocidental. E sabemos que ele é uma apostasia do cristianismo, uma falsa doutrina. E que os muçulmanos que não conhecerem a Jesus irão para o inferno. Excelente, e muitíssimo ortodoxo. Mas enquanto eles não vão para o inferno, precisamos conviver com os tais, aceitá-los, e cooperar com eles para um mundo melhor. Quem sabe, se um dia nos tornarmos cristãos, eles se convertem? E se o movimento do “pluralismo religioso” interrompe a caminhada para estender a mão ao muçulmano ferido de seu próprio ódio, qual será o julgamento sobre nós, que apenas esperamos para ver o “circo pegar fogo” – desde que seja, naturalmente, em outro país, ou numa geração futura?
Não quero ser ingênuo (mas querer não é poder); nem negar a antítese religiosa absoluta que há entre a religião bíblica e o Islã, que tomo, aqui, como paradigma, repito. Também não sou pacifista, e reconheço que a guerra é, às vezes, justa. Mas a Bíblia nos ordena que façamos todo o possível para estar em paz com todos os homens. Isso inclui não apenas os muçulmanos, mas pessoas de outras convicções. E não precisamos abrir mão da evangelização para fazer isso. Nem precisamos embarcar na teologia pluralista das religiões. Não, não precisamos fazer nada isso. Precisamos apenas ser crentes.
E uma igreja local precisa pensar também neste nível. Final, não são as nossas igrejas locais que enviam missionários brasileiros a outros países? Seria demais pensar, orar, e discutir a nossa relação com estes países? Se o Greenpeace pode fazer isso, por que não nós, a igreja una, santa, católica e apostólica?
Penso que nós, evangélicos, precisamos de uma missiologia planetária consistente. De um evangelho do tamanho do mundo – porque, afinal, Deus amou o mundo.
Radicalidade
Mas sem deixar de ir à raiz das coisas. É grande o perigo de ser muito “planetário” e pouco cristão. Mais ou menos como um pouco de manteiga que é espalhada em um pedaço de pão grande demais, como diria o Bilbo bolseiro. Isso é extremamente comum, e é sempre o resultado de enfatizar demais o diálogo esquecendo-se da antítese.
Precisamos ir à raiz das coisas, e isso significa ir à raiz da apostasia humana. E, na raiz, encontramos as fontes da idolatria. Se levarmos a sério a ordem canônica da Bíblia, veremos que o final da missão de Deus é o culto, um grande culto. O livro de Apocalipse mostra, no fim, a adoração dos redimidos.
Mas uma missão que não enfrenta a idolatria não pode levar o homem à adoração; uma missão que não se choca com Babel não verá a Nova Jerusalém. Não se pode apontar o Deus verdadeiro, a "glória e majestade", a sua "força e formosura", sem mostrar ao mesmo tempo que “os deuses dos povos são nada, mas o Senhor fez os céus”, como nos ensinou o rei-pastor de Israel.
Uma missão responsável, hoje, precisa dar um passo além da denúncia da mariolatria católica, e desmascarar a consumolatria evangélica; e precisa confrontar as estruturas de escravidão montadas e justificadas pela idolatria humanista do sistema de mercado. Sem esquecer, naturalmente, da idolatria utópica do socialismo, entre cujos méritos, frente ao moderno sistema econômico, figura a sua impraticabilidade – "graças a Deus"!
Tenhamos em mente, no entanto, que a mera denúncia sociológica não é atingir a raiz; somente quando a idolatria e a concupiscência são reveladas como tais, como atos de revolta contra Deus, é que atingimos, de fato, as raízes da apostasia humana.
A missão e o princípio das Esferas de Soberania
Este último ponto nos leva de volta à experiência relatada no princípio do texto, que descobri ser extremamente comum: os conflitos entre pastores e igrejas locais, por um lado (embora, nem sempre, juntos do mesmo lado...), e os projetos sociais, por outro. Maurício Cunha, moderador da Rede Brasileira de Cosmovisão Cristã e Transformação Integral, relatou-me que os choques e tensões resultantes da confusão entre as tarefas da igreja local e dos variados projetos de transformação promovidos por cristãos evangélicos são quase um lugar-comum. Eu mesmo encontrei dificuldades assim em mais de uma ocasião.
O princípio das “esferas de soberania”, proposto por Abraham Kuyper, ou “esferas de responsabilidade,” como sugere David Koizys, ajudaria muito aqui. Trata-se da noção de que a soberania de Deus sobre cada aspecto da vida é imediata, independente de qualquer mediação. Isso significa que Deus é soberano sobre a política, sobre a arte, sobre a natureza, sobre a ciência, sobre a família, e sobre a igreja, e que a sua soberania se expressa através das leis e finalidades que Deus estabeleceu sobre cada uma dessas áreas.
Isso significa, por exemplo, que a arte não precisa estar a serviço da igreja, ou de temas sacros, para ser válida. A arte válida é a que obedece às normas divinas para a esfera da arte. E o mesmo vale para o Estado, ou para a Igreja. A soberania de Deus sobre cada esfera garante a soberania interna dessa esfera da vida humana e, por conseguinte, a sua legitimidade.
Uma eclesiologia reformada precisa, portanto, reconhecer a finalidade e soberania própria, por exemplo, de um projeto social, mesmo que ele seja mantido pela igreja, e não utilizá-lo como estratégia para obter resultados que são próprios da esfera da igreja – isto é, a evangelização. Não se mede a eficiência de um projeto assistencial pelo número de conversões, embora isso seja muito importante. A universidade cristã, o projeto assistencial, e o movimento político evangélico precisam expressar a graça de Deus dentro de suas esferas de soberania; isso significa desenvolver o pensamento cristão, o serviço social cristão e uma política cristã, e tais desenvolvimentos terão implicações evangelísticas. Mas estas serão estritamente secundárias.
A igreja emergiria, então, como um centro de ações pastorais, que cumpre a sua função primária, da evangelização, e discipula os convertidos para o mundo, fornecendo treinamento e agentes de mobilização para articular projetos de transformação integral em todos os níveis da vida humana. Em tal eclesiologia, admitimos que a igreja local não é capaz de realizar a missão integral; só um sistema de instituições, comunidades e organizações tão amplo quanto a cultura pode atingir a totalidade da cultura - a igreja, organicamente ativa em todas as esferas.
Bem, ainda sou jovem (ou era, quando escrevi este artigo; ou talvez ainda seja...), não tenho mais medo do liberalismo (embora seja um evangelicista), e continuo pensando que foi correto o desligamento da fundação, mas os fatos teológicos e sociais me forçaram a admitir que minha concepção da igreja e de sua missão estava completamente errada. Sob o efeito entorpecente de uma forte mistura de escatologia alienante, antropologia gnóstica, missiologia umbigal e doutrinação ideológica, eu embarquei na viagem fundamentalista da irresponsabilidade – em nome da fidelidade à missão da igreja!
A "Viagem" da Irresponsabilidade
Apesar de tantos anos passados desde Lausanne e do CBE1, e da recente realização do CBE2, a consciência social do evangélico brasileiro médio é extremamente fraca, ou ausente. É óbvio, seria por demais simplista lançar a culpa deste estado de coisas sobre os ombros dos pastores; os crentes alienados são também produtos de uma sociedade alienada e alienante. Mas essa sociedade vem se mobilizando e, ao invés de esperar pelo paternal auxílio do estado, ou da filantropia empresarial, vem assumindo a responsabilidade por seu futuro. Organizações da sociedade civil se multiplicam realizando autonomamente as mudanças necessárias – ou pressionando por elas. Outro dia fiquei sabendo de uma criança de 10 anos que montou uma ong com outras crianças para promover a consciência ecológica. Pode?
E nós? Nós também! Nós nos mobilizamos com ardor, elegendo deputados que impedem leis desfavoráveis aos evangélicos, reivindicando direitos (e terrenos, concessões de rádio, etc), comprando ambulâncias baratinhas, e realizando inúmeros atos de misericórdia para com essa sociedade carente de saúde, tudo para cumprir melhor a nossa “missão”. E com a competência de CEO's do reino dos CÉUS (ou será do inferno dos CEOS?) absorvemos a energia, o dinheiro e o tempo dos crentes em nossos maravilhosos projetos eclesiásticos, juntando o máximo possível de gente na igreja. Afinal, o fim está próximo, e a música é boa...
A liderança evangélica se torna cúmplice da alienação na medida em que a mantém, conservando uma perspectiva teológica ultrapassada a respeito da missão da igreja. Missão não é só evangelismo; é também ação social. Na verdade, é ação social e muito mais; é a reforma do pensamento teórico, da ação política; é a redenção da arte e da literatura, da mídia, da família, e da tecnologia. O desenvolvimento de uma cultura cristã e a formação de cidadãos integrados, e integralmente cristãos – gente com consciência, com mente e mãos cristãs – é a nossa responsabilidade diante de Deus e do mundo.
Responsabilidade: eu gostaria de falar um pouco sobre isso. Ou, talvez, não. É muito desagradável descobrir-se responsável por força dos acontecimentos. Porque, em geral, isso significa que ocultamos de nós mesmos as nossas obrigações; mas elas nos perseguiram e agarraram-se em nossas calças, a ponto de não conseguirmos mais correr.
Acho que foi assim, comigo. A providência pôs-me diante dos fatos que minha teologia miudinha não conseguia dimensionar, e no fogo dos conflitos internos e eclesiásticos eu fui sendo reformado...
É claro que não basta falar em “responsabilidade” no sentido genérico; qual responsabilidade, ou que tipo de responsabilidade – essa é a questão. A qualidade de ação que pode renovar a missão da igreja, hoje, e conduzi-la de volta à essa palavra desagradável teria quatro características, segundo a minha percepção.
Integralidade
Em primeiro lugar, a nossa responsabilidade é Integral. Vem à mente o lema da FTL: “o evangelho todo, para o homem todo”. É aquilo a que nos referimos há pouco. Missão não é somente evangelização, mas a transformação de todos os níveis da vida humana, a partir do evangelho. Isso significa que o homem todo precisa de redenção, e que a missão precisa assumir esta abrangência. E a igreja local precisa compreender esta abrangência, olhando para seus membros e para os inconversos como seres completos, totais, e não como "almas" desencarnadas.
Alcance Planetário
Um outro termo, este, da moda: a nossa ação deve ter dimensão planetária. De novo, quero recorrer ao mote da missão integral: “o evangelho todo, para o homem todo, pelo mundo todo”. O cristão precisa pensar sempre no mundo todo. “Ide por todo mundo”, disse Jesus. Mas, além da vocação divina, outros fatos agora nos impelem com adicional força e urgência.
A consciência recente do homem quanto ao processo de destruição do planeta é o primeiro que eu apontaria. É claro que o dever para com o próximo sempre foi conhecido do cristianismo, mas o homem tem hoje uma consciência planetária, se entendendo como parte vital de um sistema biológico e sociológico global. Nós cristãos precisamos pensar nisso, tanto quanto nos preocupamos com o leite das crianças. Quanto a isso, no entanto, tenho ouvido as coisas mais absurdas. Do tipo: “Deus não permitirá que o mundo seja destruído antes de seus planos se cumprirem”. Ótimo. Então podemos emporcalhar bastante o mundo, pois Deus está no controle. É verdade, a Bíblia ensina que Deus é soberano. E também ensina: “não tentarás ao Senhor teu Deus”.
Sinceramente, não temos mais tempo para perguntar “se a nova era está metida nisso”. A criação é de Deus, a humanidade é de Deus, e a redenção se refere ao planeta. E se a “nova era” interrompe a caminhada para estender a mão àquele que está caído na beira da estrada, qual será o julgamento sobre nós, levitas e sacerdotes puríssimos e salvos pela graça?
E, o que dizer do desafio do islã (tomo-o como exemplo paradigmático)? Sim, nós sabemos, o islã tornou-se uma fé intolerante que ameaça o futuro do mundo ocidental. E sabemos que ele é uma apostasia do cristianismo, uma falsa doutrina. E que os muçulmanos que não conhecerem a Jesus irão para o inferno. Excelente, e muitíssimo ortodoxo. Mas enquanto eles não vão para o inferno, precisamos conviver com os tais, aceitá-los, e cooperar com eles para um mundo melhor. Quem sabe, se um dia nos tornarmos cristãos, eles se convertem? E se o movimento do “pluralismo religioso” interrompe a caminhada para estender a mão ao muçulmano ferido de seu próprio ódio, qual será o julgamento sobre nós, que apenas esperamos para ver o “circo pegar fogo” – desde que seja, naturalmente, em outro país, ou numa geração futura?
Não quero ser ingênuo (mas querer não é poder); nem negar a antítese religiosa absoluta que há entre a religião bíblica e o Islã, que tomo, aqui, como paradigma, repito. Também não sou pacifista, e reconheço que a guerra é, às vezes, justa. Mas a Bíblia nos ordena que façamos todo o possível para estar em paz com todos os homens. Isso inclui não apenas os muçulmanos, mas pessoas de outras convicções. E não precisamos abrir mão da evangelização para fazer isso. Nem precisamos embarcar na teologia pluralista das religiões. Não, não precisamos fazer nada isso. Precisamos apenas ser crentes.
E uma igreja local precisa pensar também neste nível. Final, não são as nossas igrejas locais que enviam missionários brasileiros a outros países? Seria demais pensar, orar, e discutir a nossa relação com estes países? Se o Greenpeace pode fazer isso, por que não nós, a igreja una, santa, católica e apostólica?
Penso que nós, evangélicos, precisamos de uma missiologia planetária consistente. De um evangelho do tamanho do mundo – porque, afinal, Deus amou o mundo.
Radicalidade
Mas sem deixar de ir à raiz das coisas. É grande o perigo de ser muito “planetário” e pouco cristão. Mais ou menos como um pouco de manteiga que é espalhada em um pedaço de pão grande demais, como diria o Bilbo bolseiro. Isso é extremamente comum, e é sempre o resultado de enfatizar demais o diálogo esquecendo-se da antítese.
Precisamos ir à raiz das coisas, e isso significa ir à raiz da apostasia humana. E, na raiz, encontramos as fontes da idolatria. Se levarmos a sério a ordem canônica da Bíblia, veremos que o final da missão de Deus é o culto, um grande culto. O livro de Apocalipse mostra, no fim, a adoração dos redimidos.
Mas uma missão que não enfrenta a idolatria não pode levar o homem à adoração; uma missão que não se choca com Babel não verá a Nova Jerusalém. Não se pode apontar o Deus verdadeiro, a "glória e majestade", a sua "força e formosura", sem mostrar ao mesmo tempo que “os deuses dos povos são nada, mas o Senhor fez os céus”, como nos ensinou o rei-pastor de Israel.
Uma missão responsável, hoje, precisa dar um passo além da denúncia da mariolatria católica, e desmascarar a consumolatria evangélica; e precisa confrontar as estruturas de escravidão montadas e justificadas pela idolatria humanista do sistema de mercado. Sem esquecer, naturalmente, da idolatria utópica do socialismo, entre cujos méritos, frente ao moderno sistema econômico, figura a sua impraticabilidade – "graças a Deus"!
Tenhamos em mente, no entanto, que a mera denúncia sociológica não é atingir a raiz; somente quando a idolatria e a concupiscência são reveladas como tais, como atos de revolta contra Deus, é que atingimos, de fato, as raízes da apostasia humana.
A missão e o princípio das Esferas de Soberania
Este último ponto nos leva de volta à experiência relatada no princípio do texto, que descobri ser extremamente comum: os conflitos entre pastores e igrejas locais, por um lado (embora, nem sempre, juntos do mesmo lado...), e os projetos sociais, por outro. Maurício Cunha, moderador da Rede Brasileira de Cosmovisão Cristã e Transformação Integral, relatou-me que os choques e tensões resultantes da confusão entre as tarefas da igreja local e dos variados projetos de transformação promovidos por cristãos evangélicos são quase um lugar-comum. Eu mesmo encontrei dificuldades assim em mais de uma ocasião.
O princípio das “esferas de soberania”, proposto por Abraham Kuyper, ou “esferas de responsabilidade,” como sugere David Koizys, ajudaria muito aqui. Trata-se da noção de que a soberania de Deus sobre cada aspecto da vida é imediata, independente de qualquer mediação. Isso significa que Deus é soberano sobre a política, sobre a arte, sobre a natureza, sobre a ciência, sobre a família, e sobre a igreja, e que a sua soberania se expressa através das leis e finalidades que Deus estabeleceu sobre cada uma dessas áreas.
Isso significa, por exemplo, que a arte não precisa estar a serviço da igreja, ou de temas sacros, para ser válida. A arte válida é a que obedece às normas divinas para a esfera da arte. E o mesmo vale para o Estado, ou para a Igreja. A soberania de Deus sobre cada esfera garante a soberania interna dessa esfera da vida humana e, por conseguinte, a sua legitimidade.
Uma eclesiologia reformada precisa, portanto, reconhecer a finalidade e soberania própria, por exemplo, de um projeto social, mesmo que ele seja mantido pela igreja, e não utilizá-lo como estratégia para obter resultados que são próprios da esfera da igreja – isto é, a evangelização. Não se mede a eficiência de um projeto assistencial pelo número de conversões, embora isso seja muito importante. A universidade cristã, o projeto assistencial, e o movimento político evangélico precisam expressar a graça de Deus dentro de suas esferas de soberania; isso significa desenvolver o pensamento cristão, o serviço social cristão e uma política cristã, e tais desenvolvimentos terão implicações evangelísticas. Mas estas serão estritamente secundárias.
A igreja emergiria, então, como um centro de ações pastorais, que cumpre a sua função primária, da evangelização, e discipula os convertidos para o mundo, fornecendo treinamento e agentes de mobilização para articular projetos de transformação integral em todos os níveis da vida humana. Em tal eclesiologia, admitimos que a igreja local não é capaz de realizar a missão integral; só um sistema de instituições, comunidades e organizações tão amplo quanto a cultura pode atingir a totalidade da cultura - a igreja, organicamente ativa em todas as esferas.
Mas a igreja local permanece como a fonte vital para a constituição de um sistema de cultura e vida social baseado nos princípios cristãos, que se estenda organicamente por todos os níveis da sociedade.
Caminhos de Reforma
O mais urgente é um projeto social consistente e prático. Que começaria com a conscientização dos pastores e líderes. Talvez uma importante estratégia seja a educação teológica; uma nova geração de pastores conscientes e abertos à realidade.
Há, também, a tremenda necessidade de uma educação cristã capaz de localizar teologicamente o cidadão na sociedade, ou seja: “o que meu trabalho, minha participação política e minha articulação com outros para agir socialmente tem a ver com o Reino de Deus, e com a minha interioridade espiritual”? Acho que isso é um grande problema na cabeça dos crentes: o que a minha vida “secular” tem a ver com a minha vida “religiosa”? Precisamos pôr um fim a esta “esquizofrenia sociológica”.
Além disso, as igrejas precisam de consultoria: pessoas capazes de avaliar as igrejas e elaborar projetos de conscientização e ação social, contextualizados e eficientes. Missões, juntas denominacionais e ministérios específicos poderiam agir nesse sentido, orientando as comunidades em termos de passos concretos.
Honestamente, no entanto, eu não vejo grandes possibilidades para uma transformação pelas vias oficiais. Parece-me que uma missão interna, destinada a reconfigurar a identidade evangélica, seguirá a via da subversão. O caudilhismo pastoral é muito bem estabelecido, e cioso da necessidade de vigiar seus currais. Boa parte dos pastores faz questão de manter seus membros ocupadíssimos com as atividades da igreja, procurando crescimento numérico.
A popularidade dos sistemas de células, por sinal, diz muito a respeito. Pessoalmente, considero a abordagem válida e interessante. Mas é nítido que a tendência do sistema é absorver todo o tempo e energia disponível dos membros na vida interna da igreja. E este é o interesse explícito de muitos pastores.
Bem, não vejo como tal coisa possa ser anunciada como a "nova reforma" do cristianismo. Com todo respeito à tradição anabatista (não é o mesmo que batista), isso de transformar a igreja em uma comunidade isolada, um conventículo (em nosso caso, num retiro permanente de comunhão e lanches) é para mim, o fim da picada. Uma nova reforma abrirá as portas da igreja, e também as portas do inferno; romperá as gaiolas eclesiásticas e plantará agentes de reforma em todas as esferas e níveis da sociedade. Diante disso, o movimento de células, como um todo, é uma reforma pífia; o ensimesmamento final do cristianismo evangélico brasileiro.
Mas os pastores gostam, e a igreja também gosta. Daí, a necessidade, talvez, de uma via subversiva; mais ou menos como Calvino fez, escrevendo aquelas coisas terríveis que eram contrabandeadas para a França, para alimentar o movimento huguenote. Preciamos contrabandear idéias, já que não podemos entrar "legalmente" nestes currais...
Restaria, pois, a nós, tirar proveito das grandes vias de informação e reflexão crítica – a Internet, ministérios para-eclesiásticos, a música, a mídia e as editoras cristãs progressistas – para promover o neocalvinismo como projeto civilizatório e social, para o Brasil; como projeto trans-eclesiástico, trans-denominacional e, na verdade, global.
Mas algo pode ser feito dentro das igrejas? Sem dúvida. Muitos pastores estão abertos à reforma. Além do ensino claro de uma filosofia social cristã, a comunidade poderia elaborar de modo consciente e participativo uma declaração de valores éticos e sociais que serviriam de “forma” para o planejamento de suas ações. Isso exigiria certo sacrifício: seria preciso gastar tempo mobilizando, conscientizando e “liberando” os membros da igreja para se envolverem, numa perspectiva missionária, em ações de cunho social, tomando a frente na luta por melhorias sociais em suas subcomunidades, fazendo projetos e pressionando o governo, em associação com crentes de outras igrejas.
Mas sem jamais perder de vista a perspectiva neocalvinista a respeito da igreja: os crentes, membros da comunidade, educados e mobilizados, se reúnem e atuam; mas a própria igreja, como instituição localizada, não pode ser convertida, pura e simplesmente, numa fundação de objetivos pragmáticos e sem qualquer elemento transcendente pois, em sua essência, é a comunidade carismática dos santos, reunidos para a celebração e promoção da fé comum. Muita gente pensa, hoje, que missão integral é assistencialismo eclesiástico, mas as maiores mudanças que o evangelicismo conseguiu na era moderna foram fruto de ações de crentes conscientes, não ações políticas ou sociais da instituição eclesiástica.
Voltamos, pois, ao princípio do texto: qual será a relação adequada entre a igreja local e a fundação assistencial? Uma relação de parceria missionária. E quanto à igreja, o caminho está claro: ela não tem que virar universidade, laboratório de física, centro de estudos econômicos, sindicato, comitê político, curral eleitoral, fundação assistencial, hospital, ou qualquer uma dessas coisas. Mas ela precisa gerar e patrocinar todos esses projetos. Precisa formar e mobilizar um cristianismo que realize essas tarefas sob o impulso interno de sua própria natureza intrínseca; um cristianismo que se descobriu como um sistema total de vida e pensamento.
Caminhos de Reforma
O mais urgente é um projeto social consistente e prático. Que começaria com a conscientização dos pastores e líderes. Talvez uma importante estratégia seja a educação teológica; uma nova geração de pastores conscientes e abertos à realidade.
Há, também, a tremenda necessidade de uma educação cristã capaz de localizar teologicamente o cidadão na sociedade, ou seja: “o que meu trabalho, minha participação política e minha articulação com outros para agir socialmente tem a ver com o Reino de Deus, e com a minha interioridade espiritual”? Acho que isso é um grande problema na cabeça dos crentes: o que a minha vida “secular” tem a ver com a minha vida “religiosa”? Precisamos pôr um fim a esta “esquizofrenia sociológica”.
Além disso, as igrejas precisam de consultoria: pessoas capazes de avaliar as igrejas e elaborar projetos de conscientização e ação social, contextualizados e eficientes. Missões, juntas denominacionais e ministérios específicos poderiam agir nesse sentido, orientando as comunidades em termos de passos concretos.
Honestamente, no entanto, eu não vejo grandes possibilidades para uma transformação pelas vias oficiais. Parece-me que uma missão interna, destinada a reconfigurar a identidade evangélica, seguirá a via da subversão. O caudilhismo pastoral é muito bem estabelecido, e cioso da necessidade de vigiar seus currais. Boa parte dos pastores faz questão de manter seus membros ocupadíssimos com as atividades da igreja, procurando crescimento numérico.
A popularidade dos sistemas de células, por sinal, diz muito a respeito. Pessoalmente, considero a abordagem válida e interessante. Mas é nítido que a tendência do sistema é absorver todo o tempo e energia disponível dos membros na vida interna da igreja. E este é o interesse explícito de muitos pastores.
Bem, não vejo como tal coisa possa ser anunciada como a "nova reforma" do cristianismo. Com todo respeito à tradição anabatista (não é o mesmo que batista), isso de transformar a igreja em uma comunidade isolada, um conventículo (em nosso caso, num retiro permanente de comunhão e lanches) é para mim, o fim da picada. Uma nova reforma abrirá as portas da igreja, e também as portas do inferno; romperá as gaiolas eclesiásticas e plantará agentes de reforma em todas as esferas e níveis da sociedade. Diante disso, o movimento de células, como um todo, é uma reforma pífia; o ensimesmamento final do cristianismo evangélico brasileiro.
Mas os pastores gostam, e a igreja também gosta. Daí, a necessidade, talvez, de uma via subversiva; mais ou menos como Calvino fez, escrevendo aquelas coisas terríveis que eram contrabandeadas para a França, para alimentar o movimento huguenote. Preciamos contrabandear idéias, já que não podemos entrar "legalmente" nestes currais...
Restaria, pois, a nós, tirar proveito das grandes vias de informação e reflexão crítica – a Internet, ministérios para-eclesiásticos, a música, a mídia e as editoras cristãs progressistas – para promover o neocalvinismo como projeto civilizatório e social, para o Brasil; como projeto trans-eclesiástico, trans-denominacional e, na verdade, global.
Mas algo pode ser feito dentro das igrejas? Sem dúvida. Muitos pastores estão abertos à reforma. Além do ensino claro de uma filosofia social cristã, a comunidade poderia elaborar de modo consciente e participativo uma declaração de valores éticos e sociais que serviriam de “forma” para o planejamento de suas ações. Isso exigiria certo sacrifício: seria preciso gastar tempo mobilizando, conscientizando e “liberando” os membros da igreja para se envolverem, numa perspectiva missionária, em ações de cunho social, tomando a frente na luta por melhorias sociais em suas subcomunidades, fazendo projetos e pressionando o governo, em associação com crentes de outras igrejas.
Mas sem jamais perder de vista a perspectiva neocalvinista a respeito da igreja: os crentes, membros da comunidade, educados e mobilizados, se reúnem e atuam; mas a própria igreja, como instituição localizada, não pode ser convertida, pura e simplesmente, numa fundação de objetivos pragmáticos e sem qualquer elemento transcendente pois, em sua essência, é a comunidade carismática dos santos, reunidos para a celebração e promoção da fé comum. Muita gente pensa, hoje, que missão integral é assistencialismo eclesiástico, mas as maiores mudanças que o evangelicismo conseguiu na era moderna foram fruto de ações de crentes conscientes, não ações políticas ou sociais da instituição eclesiástica.
Voltamos, pois, ao princípio do texto: qual será a relação adequada entre a igreja local e a fundação assistencial? Uma relação de parceria missionária. E quanto à igreja, o caminho está claro: ela não tem que virar universidade, laboratório de física, centro de estudos econômicos, sindicato, comitê político, curral eleitoral, fundação assistencial, hospital, ou qualquer uma dessas coisas. Mas ela precisa gerar e patrocinar todos esses projetos. Precisa formar e mobilizar um cristianismo que realize essas tarefas sob o impulso interno de sua própria natureza intrínseca; um cristianismo que se descobriu como um sistema total de vida e pensamento.
4 Comments:
Pastor Guilherme,
muito importante sua reflexão!
Creio que as dificuldades se encontram em dois eixos.
1 - A mentalidade do evangelicalismo no Brasil é de um modo geral católica. Em que sentido? Somos evangélicos apenas no credo, mas mantemos a dicotomia entre o sagrado e o profano. A religião bíblica, evangélica e protestante trabalha com a idéia de que tudo se torna sagrado a partir da redenção em Cristo. Nessa dicotomia, o espaço da igreja é sagrado, o seminário teológico é sagrado, o ministério pastoral, o culto, as atividades eclesiásticas, tudo é sagrado e o que está fora da cultura gospel se torna profano, mundano e mal. Weber toca muito bem no ponto quando coloca o cristão protestante como predestinado a servir a Deus no mundão (ainda que particularmente tenha algumas ressalvas ao texto.)
2 - Você colocou muito bem, que as igrejas as vezes trás muita gente para dentro sugando suas energias, sem incentiva-las a glorificar a Deus na criação. Lógico que o cristão tem que ter compromisso comunitário, mas não deve se realizar na igreja (a não ser que tenha sido chamado para isso). Gosto de Bonhoeffer quando escreve que somos chamados a ser discipulos no mundo.
Então é nitido ver uma influência do entendimento romano de sacro e profano nos arraiais evangélicos.
As confissões de fé calvinistas (CFW, Belga e Confissão Londrina de 1689) defendem que as boas obras são recomendadas pelo evangelho (o pacto de Laussanne trabalha com a idéia de que a pregação e a ação social andam juntas no evangelho).
Lutero foi crítico político de sua época e instituiu escolas ao lado das igrejas. Calvino, mais aberto que Lutero (esse mais paradoxal na relação espiritual e material) em relação ao crente e a sociedade, fundou a acadêmica de Genebra e abriu para os pobres refugiados franceses em Genebra. Fundou também um hospital na cidade. Calvino tinha uma forte visão de diaconia, ajudar os orfãos e as viúvas.
Os puritanos eram fortemente a favor da ação social na grei. Eram pedras no sapato dos tiranos de seu tempo e brigaram para uma sociedade mais justa. Vemos isso na vida de Wilberforce, Wesley e outros.
Eu estudo em um seminário bem plural, embora se diga confessional e seja o principal de minha denominação. Lá encontro articuladores da Tdl que me acusam de ser um fundamentalista sem preocupação social. Como resposta escrevi uma postagem na confraria calvinista: http://calvinistas.blogspot.com/2006/07/um-calvinista-na-favela-quem-foi-que.html
comentando experiências pastorais em uma favela na zona sul do RJ aonde sirvo como membro da equipe pastoral e em tempo integral. O lema de nossa igreja é: "um local para uma missão integral" cujo braço forte é o trabalho social, porém eu atuo mais na catequese e os pastores na pregação expositiva. Catequizo crianças de favela entre 07 a 12, 13 anos. Eles dizem que seus pais estão presos, no tráfico, mortos. Suas mães estão com câncer, aids e outros...... Os seculartistas da Tdl nada tem a dizer pois não acreditam na transcedencia de Deus, eu tenho pois acredito na redenção integral bíblica-reformada que trabalha com o ser humano como gente mas como ser espiritual também.
Creio que a Bíblia é equilíbrada quanto a essas questões, ela trabalha com o homem integral. Nem só alma, nem só carne. Nem os gnósticos evangélicos estão corretos, nem os liberais. São dois extremos.
Sua postagem é muito relevante para o momento em que vivemos. Porém cabe dizer que estamos em estado de queda e que somos peregrinos nessa terra. Um dia vamos morrer e encontrar Jesus na glória, porém devemos cuidar da criação que o Senhor vai restaurar naquele grande dia.
Deus te abençoe pastor e desculpa o comentário grande!
Juan
P.S: Indico bibliográfica sobre o tema:
MATOS, Alderi de Sousa. Amando a Deus e ao próximo: João Calvino e o diaconato em Genebra. Fides Reformata
LOPES, Augustus Nicodemus. Calvino e a responsabilidade social da igreja. Ed. Pés
BIÉLER, André. O pensamento social e econômico de Calvino. Cultura Cristã.
___________ A força oculta dos protestantes. Cultura Cristã
RIKEN, Leland. Santos no mundo: os puritanos como realmente eram. Ed. Fiel
(capítulo sobre a ação social dos puritanos).
SHEDD, R. A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia. Edições Vida Nova.
Guilherme,
libera esse texto pro site da Rede! Abraço,
André.
Guilerme,
libera esse texto pro site da rede... seus textos bem que podem compor uma coluna pomputa lá... aliás, tem sido pática de articulista publicarem os textos em sites e em seus blogs. Acho que ia ser legal, que acha?
André.
Irmão Guilherme,
Um texto muito bom. Excelentes reflexões. Espero que o seu artigo contribua à causa do neocalvinismo e, obviamente, à glória de Deus. Parabéns!
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